Rua da Paisagem, 220 – Vila da Serra BH / MG
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O estudo sobre doenças nos olhos tem sido o foco da maioria dos oftalmologistas, que visam obter resultados positivos no atendimento aos pacientes. Como a visão se forma a partir da interpretação dos estímulos luminosos, captados e enviados por meio do nervo óptico para diversas partes do cérebro, se torna cada vez mais importante conhecer a fundo a parte neurológica da visão: a neurovisão.
“Portadores de Estresse Visual registram sintomas de fotofobia, problemas na resolução visuo espacial, restrição do alcance focal, dificuldades na manutenção do foco e na percepção de profundidade. Pesquisa realizada na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) pode ajudar a entender o problemas e como tratá-lo de forma adequada.”
– Matéria publicada no Jornal Estado de Minas no dia 10 de Setembro de 2017
No dia 13/06, acontecerá a Audiência Pública Sobre Síndrome de Irlen, na Câmara dos Deputados em Brasília, onde autoridades debaterão sobre o diagnóstico e tratamento do distúrbio com a participação da Dra. Márcia Guimarães.
É importante que todos façam suas manifestações encaminhando e-mails para os deputados federais Pedro Cunha Lima ([email protected]) e Geovânia de Sá ([email protected]), autores do requerimento (com cópia para [email protected]), que serão impressos e levados às autoridades no dia da audiência. Veja o recado da Dra. Márcia e compartilhe.
Apoie a Audiência Pública Sobre Síndrome de Irlen, assinando também esta petição.
Contamos com o seu apoio para divulgar a causa. Acesse através da imagem abaixo o link para maiores informações.
Ele é muitas vezes tido como bagunceiro, desinteressado ou, simplesmente, um caso inexplicável. Enquanto a aula segue, deixa cair o lápis, se remexe na cadeira, fica inquieto e não presta atenção. Depois de alguns minutos diante de um livro, pede para ir ao banheiro ou beber água. Alguns pais chegam a levar os filhos com esse tipo de comportamento a neurologistas e recebem diagnósticos de dislexia ou de transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), começando tratamentos com remédios fortes. Mas, atenção. Se esse é o caso de seu filho ou aluno, ele pode, na verdade, fazer parte de um contingente da população que tem um distúrbio de aprendizagem relacionado à visão: síndrome de Irlen. Para esses meninos e meninas, ler não é algo tão normal. Ao contrário, torna suas histórias de vida algo dolorosas emocional e fisicamente. Além de ficar com a autoestima em baixa pela dificuldade, há um desconforto físico associado à leitura. Projeto feito em Belo Horizonte nas escolas públicas de ensino fundamental tem treinado justamente quem está no comando das salas de aula para identificar os portadores do problema e ajudá-los, com uma solução bem simples, a literalmente mudar de vida.
A síndrome é um distúrbio do sistema visual que tem como sintomas mais comuns a dificuldade de adaptação à luz, desorganização espacial (noção de direita, esquerda, em cima e embaixo) e desconforto com o movimento e com figuras complexas e de alto contraste. Tudo isso impacta quem sofre com ela, principalmente por afetar a coordenação da movimentação ocular, e, consequentemente, prejudicar a leitura, como se textos e palavras estivessem tremendo. Assim como a dislexia, se manifesta com intensidade variável, mas é um problema oftalmológico demonstrado clinicamente e que tem tratamento. Estudos da Universidade de Harvard mostram que 15% da população mundial sofre do problema.
Chefe do Departamento de Neurovisão do Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães, a professora-doutora em distúrbios de aprendizagem relacionados à visão Márcia Guimarães diz que o comportamento de uma criança com a síndrome tem peculiaridades e, por isso, ninguém melhor que a professora em sala de aula para identificar. “Na 1ª e 2ª séries (ensino fundamental), ela tem à frente 30 ou 45 alunos que estão no mesmo nível de construção para serem alfabetizados. É uma professora que sabe a habilidade oral, o que a criança compreende, que conhece a linguagem que ela usa”, afirma. “O menino habitualmente muito esperto na parte oral, que participa da aula e, na hora da leitura, da cópia no quadro, do ditado não consegue acompanhar os colegas, deve ser olhado com atenção. Ele começa bem na segunda ou na terça-feira, depois já está mais apático, mais lento. No terceiro horário está cansado, começa a prova bem e, no meio, comete erros inexplicáveis pela habilidade que ele teve na parte inicial da avaliação, porque está cansado”, relata.
Segundo Márcia, o cansaço neurovisual dificulta a conexão de ideias e o cuidado para elaborar raciocínio ou fazer uma conta. Ela explica que a síndrome sempre existiu, mas que agora tem se manifestado cada vez mais por causa de um ponto-chave da vida moderna: o tipo de luz. As telas de tablets, computadores, televisões de LED têm fundo de luz com uma frequência temporal. Ela explica que as pessoas que têm Irlen são mais aguçadas que a média e percebem a frequência temporal de maneira mais clara que as demais. “Lâmpadas fluorescentes são fabricadas a 60 hertz, ou seja, piscam 60 vezes por segundo. Estudos populacionais mostram que 85% da população, se estiver a 60 hertz, tem uma fusão de faixa e vê aquilo como se fosse uma emissão continuada”, explica. “Já quem tem distúrbios neurovisuais percebe os pulsos como se fosse uma lâmpada fluorescente acesa querendo queimar, piscando. É assim que ele vê.”
Por isso, é preciso fazer o teste da visão em funcionamento, ao contrário do exame oftalmológico clássico. A avaliação deve excluir a instabilidade da movimentação ocular. A médica relata que quando lemos, normalmente movimentamos os olhos de três a quatro vezes por segundo. Logo, para saber se a pessoa lê ou não, não se pode apenas avaliar se ela enxerga ou não a letra pequena, mas se enxerga e se movimenta bem os olhos da esquerda para a direita numa velocidade rápida e constante e com os dois olhos em sincronia.
TESTE Para sanar esses distúrbios e ajudar a quem precisa, surgiu nas escolas públicas de ensino fundamental mineiras o projeto Bom começo, que visa fazer o rastreamento da saúde visual. A iniciativa é da Fundação Hospital de Olhos, braço social do Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ele busca justamente o resgate de crianças subescolarizadas. As prefeituras selecionam professores para fazer o curso e aprender a caracterização de um distúrbio de aprendizagem relacionado à visão.
As educadoras recebem um kit que inclui transparências especiais de diversas cores (overlays), para serem colocadas no papel ou na tela do computador, possibilitando à própria educadora fazer o teste de leitura com a criança. Depois de identificado problema, o aluno passa a usar as transparências, compradas pela própria caixa escolar das instituições de ensino a preço acessível, ou filtros nas lentes dos óculos.
Educadora capacita colegas
“Só quando a gente sofre na pele sabe que a criança não está mentindo e não está com preguiça”. A frase é da professora Maria Célia dos Santos Peixoto, de 55 anos, que descobriu também ter síndrome de Irlen ao fazer o curso de capacitação dado a professores de escola pública pela Fundação Hospital de Olhos. Enquanto o passo a passo era ensinado, ela percebia algo muito familiar. A síndrome é uma alteração do processamento visual causada por um desequilíbrio da capacidade de adaptação à luz que produz alterações no córtex visual e déficit na leitura. “Ela não impede a pessoa de aprender, mas fica mais desgastante. Foi uma libertação”, conta.
Maria Célia relata que a mudança de luminosidade nos últimos tempos piorou a situação. Agora que usa óculos com filtros, a vida é outra. A professora se aposentou no fim do ano, mas ainda continua a fazer testes nas escolas e tem uma fila de crianças esperando. Coordenadora pedagógica, ela avaliou não apenas as crianças em fase de alfabetização, mas também adolescentes e até os alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Escola Municipal Francisca Alves, no Bairro Santa Terezinha, na Pampulha, onde atuava, e em outras instituições da redondeza. “Eu queria aprender bem o processo e mais de 90% das crianças nos mais de 40 testes que fiz foram detectadas com Irlen e encaminhadas para o Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães para avaliação”, diz. Ela afirma que com o uso da transparência overlay houve melhora significativa.
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Fonte: Reportagem de Junia Oliveira publicada no Jornal Estado de Minas em 30/11/2016
O Pôster “DARV – Distúrbio de Aprendizagem relacionado à visão: Porque enxergar está além de ver” foi apresentado pelas Screeners Joelma Angélica Ferreira Castilho e Josemeire Soares Damiano na 7ª Mostra Internacional de Pôsteres, realizada em Assunção – República do Paraguai – em 21 de janeiro de 2016. O trabalho recebeu destaque com obtenção da 2ª colocação geral da Mostra.
Joelma e Josemeire se capacitaram como Screeners durante o 25º Curso de Distúrbios de Aprendizagem, oferecido em Outubro de 2015 pela Fundação Hospital de Olhos. Além de atuarem em Escola de Caçapava/SP, iniciaram esse ano mestrado pela Universidade de Columbia (Paraguai), através da qual participaram da Mostra de pôsteres.
Segue abaixo conteúdo do pôster premiado “DARV – Distúrbio de Aprendizagem relacionado à visão: Porque enxergar está além de ver”
RESUMO
O presente estudo aborda um Distúrbio Visual (Síndrome de Irlen), caracterizado por uma alteração visuoperceptual, causada por um desequilíbrio da capacidade de adaptação à luz que produz alterações no córtex visual e déficits na leitura, afetando a atenção, concentração, motivação e desempenho do aluno no processo de ensino-aprendizagem, pois quando diagnosticado, causa desconforto e desprazer na leitura.
DESENVOLVIMENTO
Após capacitação realizada na Fundação H.Olhos – Brasil, as pesquisadoras tornaram-se habilitadas em diagnosticar a Síndrome de Irlen. Apresentou-se aos Educadores onde atuam DARVs e sintomas da Síndrome, onde as mesmas orientaram a equipe desenvolver com empatia, um olhar diferenciado àqueles que apresentavam evidências de tais sintomas. Os alunos submetidos ao teste e diagnosticados com a Síndrome de Irlen, passaram a utilizar durante o processo de leitura, o método Irlen, que consiste no uso das overlays (superposições de folha transparente colocado sobre o papel a fim de indicar correções visuais a serem feitas).
Diante de um trabalho interno, decidiu-se externar a satisfação pessoal e profissional dos resultados obtidos. Foi apresentada a proposta de trabalho aos profissionais da área de Educação e Saúde do Município, onde juntos em equipe multidisciplinar estão atuando e levando conforto visual e prazer pela sala de aula, de forma acessível a todos.
CONCLUSÃO
Diante o trabalho realizado, resultados evidentes e significativos ao longo do ano letivo foram percebidos, antes e após o uso do método Irlen: satisfação pessoal do educando, melhoria na autoestima e desejo intenso de atuar em sala de aula, principalmente no desenvolvimento da leitura. O educador foi provocado a “enxergar além de ver”, proporcionando a este a capacidade de olhar com sensibilidade as habilidades e competências do aluno, melhorando significantemente o processo de ensino-aprendizagem individual.
Autoras: Joelma Angélica Ferreira Castilho e Josemeire Soares Damiano – Caçapava/SP
Aos nossos queridos pacientes, pais e Screener, nossa mensagem à vocês:
Gostaríamos que soubessem que ficamos muito felizes e orgulhosos pelo bom desempenho que tem apresentado nas provas de Vestibular. Para portadores de Síndrome de Irlen esse é um tremendo desafio, não por ser difícil cognitivamente, mas pelo cansaço progressivo que os colegas ao lado não enfrentam; pela sobrecarga sensorial, que os sabota ainda mais agravada pelo estresse; pela tendência a fazer “breaks de atenção e foco”, para reduzir o stress visual; pela pressão por rendimento X tempo de prova, etc.
Não são apenas os Filtros Espectrais ou os Overlays responsáveis pelo bom desempenho acadêmico. Existe mais uma coluna de sustentação neste tripé de sucesso: um ser humano inteligente, teimoso e obstinado que enfrenta esta reconhecida desigualdade sensorial e VENCE! Vocês são GUERREIROS e têm todo o mérito.
Em vários locais do país, segundo nossos pacientes, e também os indivíduos assistidos por nossa Rede de Screeners, o número de portadores de S. de Irlen é tão significativo que foram estabelecidas salas de aula para atender com exclusividade à essa demanda. E assim, graças aos cuidados da Secretaria Especial de Direitos Humanos, nossos pacientes tem recebido condições de competir em pé de igualdade com seus pares em concursos por todo o país.
Ajudem-nos a difundir esta causa onde ela ainda não é reconhecida: os pedagogos, psicólogos, oftalmos, psicopedagogos, T.Os , neuropediatras, fonos, etc tem em suas mãos mais uma ferramenta de suporte muito valiosa na recondução desta população à escolaridade e realização acadêmica e psicosocial.
Abraço com emoção, carinho e orgulho em nome de toda a equipe de suporte.
Atenciosamente,
Profa. Dra. Márcia Reis Guimarães – Janeiro de 2016
Conheça a Síndrome que prejudica a leitura e aprendizado
Batizada de Irlen, doença “movimenta” letras e linhas, causando sono e enjoo.
Confira algumas das distorções visuais que os portadores da Síndrome de Irlen podem apresentar .
O Programa Bom Começo foi elaborado inicialmente como um projeto de monitoramento e acompanhamento da saúde da criança na escola dedicado à prevenção, diagnóstico precoce e reabilitação de déficits visuais e auditivos. Seu principal motivador foi a alta incidência de patologias ligadas à visão e à audição que comprometem direta ou indiretamente a aprendizagem, levando, na maioria dos casos, ao abandono escolar.
As primeiras iniciativas resultantes no Programa Bom Começo nasceram da atuação da Fundação Hospital de Olhos (FHO), que desde o início de suas atividades em 1986, atua na promoção da saúde visual em escolas e empresas do interior e da capital, trabalhando em conjunto com associações, clubes sociais e governos.
Em 2009, a Fundação Hospital de Olhos e o Laboratório de Bioengenharia (Labbio) da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), fundaram o Laboratório de Pesquisa Aplicada à Neurovisão (LAPAN) com o objetivo de desenvolver novas tecnologias para identificação e intervenção nos distúrbios de aprendizagem relacionados à visão, sendo este o único laboratório da UFMG localizado fora do Campus. Seu foco de atuação está na pesquisa básica (desenvolvimento de metodologias e equipamentos em Neurovisão), pesquisa clínica (validação e padronização da tecnologia desenvolvida) e pesquisa aplicada (extensão do conhecimento produzido em laboratório para a população).
O LAPAN, atualmente, possui projetos financiados por agências de fomento à pesquisa e desenvolvimento de tecnologia, como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
A união da experiência da Fundação HOlhos em ações com foco na promoção da saúde visual com os trabalhos de desenvolvimento de novas tecnologias pelo LAPAN resultaram na criação do conceito do Programa Bom Começo, como um programa de apoio à gestão e ao desenvolvimento da criança na escola.
O Programa Bom Começo consiste atualmente em um conjunto de ações de promoção, prevenção e atenção à saúde para os setores de Educação e Saúde com o objetivo de enfrentar as vulnerabilidades que comprometem o aprendizado das crianças e adolescentes em idade escolar. Busca ainda estabelecer, de maneira colaborativa, uma relação entre família, escola, e gestores públicos e privados em prol do bem estar da comunidade escolar.
O Programa visa ainda criar oportunidades não somente para instituições públicas de ensino como também para o setor privado. Por meio da instrumentalização e sistematização das informações referentes à saúde e educação, torna-se possível a qualificação das políticas públicas nos locais onde o mesmo é implementado. Apesar de no Brasil já existirem políticas públicas destinadas à criança e ao adolescente com aplicação na escola, como é o caso do Programa Saúde na Escola (PSE), tais estão focadas em aspectos já conhecidos e disseminados sobre saúde da criança, o que impossibilita o diagnóstico de causas e de melhores tratamentos para déficit de aprendizagem ou de desenvolvimento.
É importante salientar que o Programa Bom Começo é único no Brasil ao aferir e monitorar ao mesmo tempo saúde e desenvolvimento do aluno, buscando interseção de variáveis biológicas, ambientais e socioeconômicas, além de contar com a vantagem de seus exames já terem parâmetros de normalidade padronizados e validados, podendo ser adotado como uma política contínua e integrada da educação e da saúde.
Para mais informações, acesse o site www.bomcomeco.com
Durante o mês de Novembro de 2014, cerca de sessenta crianças, com idade de 9 anos, matriculadas no terceiro ano do Ensino Fundamental da rede municipal de ensino da cidade de Nova Lima, foram triadas a cerca da Síndrome de Irlen por profissionais da Fundação HOlhos.
A triagem é uma das etapas do Projeto Bom Começo, desenvolvido pela Fundação HOlhos, com intuito de auxiliar escolares, familiares e profissionais das áreas de educação e saúde na melhora da aprendizagem, através da capacitação de profissionais e pelo fornecimento óculos para correção refracional e overlays, de acordo com a necessidade de cada criança.
Ainda no mês de Novembro foi ministrada palestra na Escola Municipal Benvinda Pinto Rocha para pais das crianças com indicativo de uso de overlay e para os professores dos mesmos.