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Dislexia de Leitura em Montes Claros – Maio de 2010

Entre os dias 3 e 8 de maio foi realizada a maior ação de capacitação da rede educacional já programada para o município de Montes Claros. Ao todo, 980 professores e coordenadores pedagógicos foram treinados por meio da metodologia do Projeto Bom Começo: Programa de Acompanhamento da Saúde na Escola, desenvolvido pela Fundação Hospital de Olhos e aplicado em instituições públicas e privadas com o objetivo de treinar profissionais para reconhecerem crianças e adultos portadores de distúrbios de aprendizagem relacionados à visão.

Duas turmas de 400 professores e educadores do município passaram por um Seminário de Pré-Avaliação de Distúbios de Aprendizagem com carga horária de 8 horas que replica a metodologia da FHO na identificação de crianças com distúrbios de visão. Outras 180 pessoas (pedagogos, psicólogos, oftalmologistas, professores etc.) participaram do Curso de Dislexia de Leitura, realizado desde 2007 pela FHO, com duração de três dias e carga horária de 24 horas. Agora esses profissionais fazem parte da rede de screeners da FHO, que está presente em 18 estados brasileiros e somam mais de 800 membros aptos a trabalharem com crianças e adultos com Síndrome de Irlen e Dislexia.

A ação em MOC foi organizada em parceria com a prefeitura local, APAS – Associação de Promoção e Ação Social e o Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães. Para Kênia Torres, mãe de duas crianças com dificuldades de aprendizado, coordenadora do Projeto LER e socióloga vinculada à rede municipal de educação/APAS, a capacitação dos educadores fará com que os índices de repetência e evasão caiam. “Agora os professores e demais educadores possuem material e informações suficientes para identificar — dentro da sua sala de aula — os alunos com distúrbios de visão e de aprendizado e encaminhá-los a um tratamento oportuno e resolutivo”.

Marta Aurora, secretária adjunta de educação, destaca como é importante usar os recursos do FUNDEB – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica, com critério e direcionado à capacitação dos gestores do sistema educacional. “Nesse projeto a grande diferença foi que nós nos preparamos para capacitar não só o professor — aquele que está no dia a dia da sala de aula —, mas também instruímos os coordenadores pedagógicos e demais gestores de educação (…) esse envolvimento é fundamental uma vez que esses profissionais podem planejar ações coletivas que vão beneficiar não só uma ou duas crianças, mas sim, uma escola inteira, com um efetivo superior a 100 crianças”, enfatiza.

Para a oftalmologista e presidente da APAS, Stela Gleide Leite, o envolvimento da prefeitura e a organização de parcerias externas foram a chave para se legitimar e maximizar o projeto na cidade. “As pessoas responsáveis pela gestão do município devem estar cientes e engajadas com as questões educacionais e prontas a receber ajuda de fundações, associações e outras instituições sociais que possuem metodologias de ensino e treinamento efetivamente viáveis, com resultados comprovados e de fácil assimilação e aplicação em cidades fora dos grandes eixos” e completa “essas ações de capacitação mobilizam toda a cidade e os municípios do entorno. Como Montes Claros é um pólo e um exemplo de gestão administrativa, na região, ações como o curso de Dislexia de Leitura / Síndrome de Irlen criam ótimas referências para outras prefeituras replicarem esse modelo de sucesso”, orgulha-se.

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