Rua da Paisagem, 220 – Vila da Serra BH / MG
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Cada vez mais pesquisadores estão estudando as dificuldades e transtornos de aprendizagem. Nos últimos anos, a dislexia, tem ser tornado um transtorno muito investigado. Da mesma forma que a dislexia contribui para dificuldades de leitura, a chamada Síndrome de Mears-Irlen(SMI) também pode ser obstáculo para aquisição da leitura envolvendo alterações em distintas áreas do Sistema Nervoso.
A SMI é um distúrbio visual-perceptivo cuja base neurológica é um déficit no córtex visual primário e, portanto, do processamento visual central, não detectado em exames oftalmológicos de rotina.
A sensibilidade do sistema visual a certos comprimentos de onda do espectro eletromagnético visível ao olho humano provoca distorções no processamento pós-retiniano, fazendo com que os impulsos elétricos cheguem ao córtex cerebral em momentos distintos, com perda de qualidade da interpretação visual, caracterizando uma desorganização no processamento cerebral das informações
recebidas pelo sistema visual. A SMI afeta 12-14% da população geral, pessoas de todas as idades, de qualquer nível intelectual.
Os primeiros estudos realizados no Brasil sobre o tema foram desenvolvidos no Hospital de Olhos de Minas Gerais a partir de 2005. Com o objetivo de padronizar todo o procedimento foi
elaborado e implementado um protocolo que é aplicado a todos os indivíduos encaminhados para atendimento pelo setor de Déficit de Aprendizagem relacionados a Visão. Este protocolo é dividido em dez etapas, que são realizadas em três dias consecutivos ou em alternados. A primeira é a etapa de Orientação à família e ao paciente, sendo este a seguir encaminhado para a Entrevista Inicial. Nesta etapa é realizada a avaliação fonoaudiológica, psicológica
e psicopedagógica. No mesmo dia é submetido a uma avaliação oftalmológica de rotina, com: ceratometria, tonometria, acuidade visual (refratometria 1 e 2 ordem), biomicroscopia, cover test
e fundoscopia.
No segundo dia o paciente passa por exames oftalmológicos específicos como: aberrometria, campo visual computadorizado, teste de visão funcional, exame ortóptico, campimetria de dupla freqüência e tomografia de coerência óptica.
No terceiro dia o paciente é submetido ao screening de Irlen, seguido pela avaliação de sua leitura pelo rastreador de movimentos oculares. Após concluir este teste passa pela avaliação neurovisual para a seleção individual de filtros espectrais. O relatório interdisciplinar e o laudo oftalmológico ao final são elaborados com as indicações terapêuticas pertinentes ao caso e, são entregues após o acompanhamento dos óculos. Na entrega dos óculos o paciente é submetido a novo exame de rastreamento da motilidade ocular e visão cromática.
Dessa forma, o objetivo deste estudo é verificar o grau de satisfação, melhora e uso relatados de forma objetiva pelos pacientes.
Guimarães, R. Q. ;
Guimarães, M. R. ;
Botelho, M. R.;
Romão, M. A. E.;
Mesquita, M. S.;
Faria, L. N.;
Guerra L. B.
Referências Bibliográficas:
1- IRLEN, H. Irlen Differential Perceptual Schedule. Long Beach, California: Perceptual Development
Corporation, 1987.
2- HOLLIS, J.; ALLEN, P.M. Screening for Meares–Irlen sensitivity in adults: can asissment methods predict changes in reading speed? Ophthal. Physiol. Opt. v. 26, p.566–571, 2006.
3- WILKINS, A.; HUANG, J.; CAO, Y. Visual stress theory and its application to reading and reading
tests. J. Res.Reading v.27, p.152–162, 2003.
4- EVANS, B. J. W.; JOSEPH, F. The effect of coloured filters on the rate of reading in an adult student
population. Ophthalmic and Physiological Optics. v.22, n6, p.535-545, 2002.
5- IRLEN, H. Scotopic Sensitivity/Irlen Syndrome – Hypothesis and Explanation of the Syndrome. Journal
of Behavioral Optometry, v.5,p. 62-65, 1997.