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Quem pode se beneficiar com uso de Overlays e Filtros Espectrais?

A Síndrome de Irlen pode afetar qualquer indivíduo, inclusive os bons leitores, porém a severidade dos sintomas e suas manifestações podem variar de acordo com vários fatores, como por exemplo, a presença de alguma comorbidade, que normalmente são relacionados com a sensibilidade à luz e má percepção espacial.

A abordagem através da metodologia Irlen vem sendo usada e referendada há mais de 30 anos em milhares de escolas pelo mundo; seja pela aplicação de overlays ou dos filtros.

Portanto, Quem pode ser beneficiado com a Metodologia Irlen?

  1. 12 a14% dos bons alunos, com boa capacidade de leitura, que:
    • Precisam de mais tempo para concluir dever de casa do que a maioria dos bons alunos;
    • Queixam de dores de cabeça, tensão ou cansaço na leitura ou na escola;
    • Evitam a leitura ou relatam não ter prazer nesta atividade;
    • Apresentam resultados aquém do esperado em testes/provas cronometrados ou padronizados;
    • Tem preferência por ler resumo em vez de todo o capítulo freqüentemente;
    • Acham mais fácil aprender ouvindo do que com a leitura;
    • São .considerados preguiçosos ou desmotivados.
  1. 46% dos indivíduos que apresentem problemas de leitura, Dislexia ou outras Dificuldades de Aprendizagem e que demonstrem:
    • A leitura como um processo difícil, doloroso, árduo e/ou exaustivo;
    • Problemas com o fluxo, fluência e compreensão do que lê;

 
A:Problemas de leitura ligados à Síndrome de Irlen usualmente são resultantes da incapacidade do cérebro em compreender com precisão e processar a informação visual, não sendo justificados somente por déficits na fonética ou por um vocabulário fraco. Esses problemas ocorrem mais frequentemente em condições de iluminação  fluorescente e em uma leitura com contraste preto/branco. Pela presença de distorções a leitura pode ser lenta e ineficiente levando o indivíduo a saltar  palavras ou linhas, realizar releituras, e/ou ter uma má compreensão.

É  válido lembrar que a Síndrome de Irlen pode não ser a única razão para dificuldades de leitura, havendo vários outros fatores complicadores deste processo.

  1. Indivíduos com Transtorno do Déficit de Atenção (TDA) ou Transtorno do Déficit de Atenção/ Hiperatividade (TDAH), que apresentem as seguintes características:
  • Problemas de concentração durante a leitura ou a escrita;
  •  Fácil distração durante a leitura ou a escrita;
  • Distração quando sob luzes fluorescentes;
  • Devaneios em sala de aula;
  • Problemas de permanecer na mesma tarefa por um período maior;

Muitos indivíduos, principalmente crianças e adolescente desatentos, ansiosos, agitados e que demonstram desmotivação são tidos erroneamente como TDA/TDAH, quando na verdade são portadores apenas de Síndrome de Irlen. Em outros casos, os indivíduos apresentam comorbidade entre Síndrome de Irlen e TDAH e o tratamento consiste no uso dos Filtros Irlen, além de medicação, porém ao utilizar os filtros, com a melhora da sintomatologia, em muitos casos há redução da necessidade de medicação para manter-se concentrados e atentos.

 

Quer saber mitos e fatos a esse respeito?

Mito: Inquietação e impulsividade sempre indicam a necessidade de medicação.

Fato: Outros problemas também podem causar esses mesmos comportamentos incluindo as sensibilidades a alimentos, alergias, dificuldades de aprendizagem, problemas de leitura, e Síndrome de Irlen.

 

Mito: Dificuldade de concentração e em permanecer na mesma tarefa indica a necessidade de medicação.

Fato: Dificuldades com leitura e aprendizagem relacionados à Síndrome de Irlen também podem causar esses mesmos comportamentos. Se a tarefa provoca sintomas físicos, como dores de cabeça, sonolência ou faz os olhos arderem, a medicação não pode ser a resposta ou ser apenas parte da resposta. O Método Irlen pode fazer com que a leitura e outras tarefas acadêmicas sejam menos frustrantes e mais confortáveis. Não negligencie a investigação de outras causas para os problemas acadêmicos.

  1. Indivíduos que apresentam: dores de cabeça, enxaqueca, dores de estômago, tonturas e outros sintomas físicos, como:
    • Desconforto na luz solar;
    • Desconforto em luzes brilhantes ou luzes fluorescentes;
    • Preferência por ambientes com pouca iluminação, penumbra;
    • Incômodo pelos faróis à noite;
    • Desconforto ao usar o computador;
    • Estresse ou tensão com a leitura sustentada;
    • Estresse ou tensão em atividades visualmente intensas;
    • Dificuldade ao olhar listras, quadriculados, dentre outras estampas;
    • Percepção de cores mais brilhantes e incômodas do que outras;
    • Neve, chuva e dias nebulosos irritam os olhos.

Se você acha que suas dores de cabeça e enxaquecas são causadas pelo estresse, o Método Irlen pode ser capaz de te ajudar, já que ele elimina fatores ambientais que podem desencadear esse estresse, além de auxiliar na hipersensibilidade a luz, outro causador da sintomatologia em questão.Porém dores de cabeça podem indicar doenças mais graves como: aneurisma, tumor cerebral, derrame, meningite, encefalite, ou pressão arterial elevada. Se você tiver qualquer dúvida sobre a causa de suas dores de cabeça ou enxaquecas, contacte o seu médico para descartar essas possíveis causas.

 

Outras causas de dores de cabeça:

  • Sensibilidade a alimentos: Uma variedade de diferentes alimentos podem provocar dores de cabeça para aqueles que são sensíveis a elas. Alguns dos alimentos mais comumente relatados são: açúcar, chocolate, queijo, vinho tinto, fermento, produtos lácteos, trigo, conservantes, aditivos e corantes alimentares.
  • AlergiasAlergias: Odores fortes como perfumes, sabonetes, colônias, tintas e produtos de limpeza podem provocar dores de cabeça em algumas pessoas.
  • Ruídos: Ruídos altos e persistentes podem provocar dores de cabeça. Besides avoiding noisy situations, use soft ear plugs to help muffle the offending sounds. Além de evitar situações ruidosas, utilize tampões para os ouvidos afim de abafar os sons.
  • Comorbidades: sinusite e problemas de estômago também podem causar dores de cabeça.

 

  1. Indivíduos com hipersensibilidade à luz, que:
    • Sentem-se incomodados por reflexos, luzes fluorescentes, luzes brilhantes, luz solar e luzes à noite;
    • Apresentem sintomas, tais como:
      • Cansaço;
      • Sonolência;
      • Tontura;
      • Ansiedade;
      • Irritação;
      • Dores de cabeça;
      • Alterações de humor;
      • Inquietação;
      • Dificuldade em permanecer focado, especialmente com luzes brilhantes ou fluorescentes.

 

  1. pós traumatismos crânio-encefálicos 70-80% com as seguintes características:
  • Problemas de leitura pós-trauma;
  • Dificuldade em ler durante outra atividade;
  • Surgimento de sensibilidade à luz – Estar sob iluminação brilhante ou fluorescente, e dirigir à noite torna-se desconfortável e/ou estressante;
  • Presença de: dores de cabeça; náuseas; tonturas; ansiedade; irritabilidade ou dores de estômago.  A gravidade desses sintomas físicos, muitas vezes é aumentada pela luz solar, iluminação brilhante, leitura e outras atividades visualmente intensas;
  • Dificuldade em atividades que exigem a capacidade de julgar profundidade ou relações espaciais;
  • General sense of being tired and fatigued. Sensação de estar cansado e desgastado quase todo o tempo;
  • Problemas neurológicos induzidos pela luz, como: convulsões, tremores, ou outros problemas semelhantes.

Para muitos, um traumatismo crânio-encefálico (TCE) pode resultar danos ao cérebro, tornam-do os indivíduos vulneráveis a fatores estressantes externos como a sensibilidade à luz, brilho, contraste, cores e geram uma incapacidade de manter a atenção e concentração, que por conseqüência acaba por afetar diversas áreas cerebrais, tais como: área física, área cognitiva e área emocional. A correta filtragem dos comprimentos de onda da luz geradores desse estresse (hipersensibilidade), através da Metodologia Irlen permite que o cérebro em um padrão normal. Com o retorno do bom funcionamento cerebral, os relatos:

  • Maior desenvoltura no discurso;
  • Melhora da coordenação motora;
  • Redução dos tremores corporais;
  • Redução ou extinção das dores de cabeça;
  • Melhora da atividade de apreensão;
  •  Melhora da capacidade de comunicação;
  • Redução significativa da ansiedade e irritabilidade.

A maioria das mudanças ocorre dentro de um curto período de tempo, porém os relatos indicam uma melhora contínua após os ganhos iniciais.

  1. Outros exemplos de condições cujos sintomas incluem sensibilidade à luz, dificuldades e sobrecarga sensorial e que tem se beneficiado pelo Método Irlen são:
  • Baixa Visão;
  • Epilepsia induzida pela luz;
  • Depressão;
  • Ansiedade;
  • Pós-tumorectomia;
  • Doenças auto-imunes;
  • Esclerose Múltipla;
  • Transtorno Bipolar;
  • Paralisia Cerebral;
  • Fibromialgia;
  • Síndrome de Tourette, dentre outras.

É possível que muitos portadores de Síndrome de Irlen estejam sendo considerados e tratados como tendo outras patologias, como comumente ocorre com a Dislexia ou Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) pela falta de conhecimento sobre os efeitos da hipersensibilidade à luz no processamento e qualidade da informação visual e porque tais patologias possuem características em comum. É lamentável que isto ocorra porque muitos dos sintomas têm abordagem direta, objetiva e não invasiva, sendo que nas formas puras, não requerem uso de medicamentos, mas sim apenas ajustes ambientais.

É importante ressaltar que muitos pacientes que apresentam outras patologias associadas com a SI, mesmo com a identificação e o tratamento desta e conseqüente eliminação dos sintomas, pode precisar de medicação e/ou apoio especializado a respeito dessas comorbidades.

Programa Bom Começo

O Programa Bom Começo foi elaborado inicialmente como um projeto de monitoramento e acompanhamento da saúde da criança na escola dedicado à prevenção, diagnóstico precoce e reabilitação de déficits visuais e auditivos. Seu principal motivador foi a alta incidência de patologias ligadas à visão e à audição que comprometem direta ou indiretamente a aprendizagem, levando, na maioria dos casos, ao abandono escolar.

 

As primeiras iniciativas resultantes no Programa Bom Começo nasceram da atuação da Fundação Hospital de Olhos (FHO), que desde o início de suas atividades em 1986, atua na promoção da saúde visual em escolas e empresas do interior e da capital, trabalhando em conjunto com associações, clubes sociais e governos.

Em 2009, a Fundação Hospital de Olhos e o Laboratório de Bioengenharia (Labbio) da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), fundaram o Laboratório de Pesquisa Aplicada à Neurovisão (LAPAN) com o objetivo de desenvolver novas tecnologias para identificação e intervenção nos distúrbios de aprendizagem relacionados à visão, sendo este o único laboratório da UFMG localizado fora do Campus. Seu foco de atuação está na pesquisa básica (desenvolvimento de metodologias e equipamentos em Neurovisão), pesquisa clínica (validação e padronização da tecnologia desenvolvida) e pesquisa aplicada (extensão do conhecimento produzido em laboratório para a população).

O LAPAN, atualmente, possui projetos financiados por agências de fomento à pesquisa e desenvolvimento de tecnologia, como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

A união da experiência da Fundação HOlhos em ações com foco na promoção da saúde visual com os trabalhos de desenvolvimento de novas tecnologias pelo LAPAN resultaram na criação do conceito do Programa Bom Começo, como um programa de apoio à gestão e ao desenvolvimento da criança na escola.

                          

 

 

 

 

O Programa Bom Começo consiste atualmente em um conjunto de ações de promoção, prevenção e atenção à saúde para os setores de Educação e Saúde com o objetivo de enfrentar as vulnerabilidades que comprometem o aprendizado das crianças e adolescentes em idade escolar. Busca ainda estabelecer, de maneira colaborativa, uma relação entre família, escola, e gestores públicos e privados em prol do bem estar da comunidade escolar.

O Programa visa ainda criar oportunidades não somente para instituições públicas de ensino como também para o setor privado. Por meio da instrumentalização e sistematização das informações referentes à saúde e educação, torna-se possível a qualificação das políticas públicas nos locais onde o mesmo é implementado. Apesar de no Brasil já existirem políticas públicas destinadas à criança e ao adolescente com aplicação na escola, como é o caso do Programa Saúde na Escola (PSE), tais estão focadas em aspectos já conhecidos e disseminados sobre saúde da criança, o que impossibilita o diagnóstico de causas e de melhores tratamentos para déficit de aprendizagem ou de desenvolvimento.

É importante salientar que o Programa Bom Começo é único no Brasil ao aferir e monitorar ao mesmo tempo saúde e desenvolvimento do aluno, buscando interseção de variáveis biológicas, ambientais e socioeconômicas, além de contar com a vantagem de seus exames já terem parâmetros de normalidade padronizados e validados, podendo ser adotado como uma política contínua e integrada da educação e da saúde.

 

Para mais informações, acesse o site www.bomcomeco.com

Saiba como foi o XXIV Curso DARV – Maio de 2015

Em Maio de 2015 realizamos do dia 20 a 22 a XXIV Edição do Curso de Distúrbios de Aprendizagem Relacionados à Visão.

A turma capacitada foi formada por cerca de 90 profissionais provenientes dos Estados: Maranhão, Santa Catarina, Pernambuco, Piauí, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Roraima, Mato Grosso do Sul e Tocantins. Dentre eles, oftalmologistas, professores, psicopedagogas, psicólogos, fonoaudiólogos e ortoptistas aprenderam a compreender porque ler pode ser tão difícil, a identificar as disfunções e déficits de aprendizagem relacionados à visão e a intervir precocemente, aplicando a metodologia Irlen para ajudar as pessoas que possuem a Síndrome.

O curso contou com aulas do Prof. Dr. Ricardo Guimarães e da Profª Dra. Márcia Guimarães, além de convidados renomados, como a Doutoranda e Fisioterapeuta Profª Claudia Diniz, membro da Equipe de Neurovisão do HOlhos; o Me. Douglas Vilhena, do Laboratório de Pesquisa Aplicada à Neurovisão; a Profª Dra. Maria Amin e a psicopedagoga Heloisa Mara Campos, ambas da clínica Vias do Saber; a Psicopedagoga Profª Suely Mesquita e as Screeners Leila Landgraf e Sávia Orlandol, que compartilharam suas experiências Screeners da Síndrome de Irlen.

Confira fotos do evento em nosso álbum e se programe para fazer parte dessa Rede de Profissionais em nosso próximo Curso DARV.

 

A Fundação Hospital de Olhos promove Cursos para capacitação de Profissionais da Saúde e da Educação

Em 2014 a Fundação Hospital de Olhos promoveu a 22ª e a 23ª edições do Curso de Distúrbios de Aprendizagem Relacionados à Visão (DARV) – Síndrome de Irlen, respectivamente em Março e em Outubro. Através das duas edições capacitamos  mais de 180 profissionais  da Saúde e da Educação (Oftalmologistas, Neurologistas, Psiquiatras, Psicólogos, Fonoaudiólogos, Professores, Terapeutas Ocupacionais, Psicopedagogos, Gestores Educacionais, Fisioterapeutas, dentre outros), provenientes de vários Estados brasileiros, como Minas Gerais; São Paulo; Rio de Janeiro; Espírito Santo; Paraná; Ceará; Paraíba; Santa Catarina; Distrito Federal; Natal; Recife; Alagoas; Bahia; Pará;Rio Grande do Sul; Maranhão e até Acre.

 

Conferimos à  Rede Marista de Ensino o título de “ESCOLA PARCEIRA DA  CRIANÇA E DO ADOLESCENTE  COM DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM”, como reconhecimento público  por seu relevante envolvimento na capacitação de seu corpo de gestores em nosso XXII Curso DARV, que contou com brilhante palestra do Prof. Cláudio de Moura Castro.

 

Hoje estamos presentes em 25 Estados brasileiros, somos 5.144 profissionais capacitados a cerca da Síndrome de Irlen, dentre os quais 1.910 são Screeners.

Projeto Bom Começo em Nova Lima

Durante o mês de Novembro de 2014, cerca de sessenta crianças, com idade de 9 anos, matriculadas no terceiro ano do Ensino Fundamental da rede municipal de ensino da cidade de Nova Lima, foram triadas a cerca da Síndrome de Irlen por profissionais da Fundação HOlhos.

 

A triagem é uma das etapas do Projeto Bom Começo, desenvolvido pela Fundação HOlhos, com intuito de auxiliar escolares, familiares e profissionais das áreas de educação e saúde na melhora da aprendizagem,  através da capacitação de profissionais e pelo fornecimento óculos para correção refracional e overlays, de acordo com a necessidade de cada criança.

 

Ainda no mês de Novembro foi ministrada palestra na Escola Municipal Benvinda Pinto Rocha para pais das crianças com indicativo de uso de overlay e para os professores dos mesmos.

 

Saiba como foi o XXIII Curso DARV

Durante os dias 01 a 04 de Outubro de 2014 a Fundação HOlhos realizou a XXIII edição do Curso de Distúrbios de Aprendizagem Relacionados à Visão. Foram mais de 90 profissionais de todo o Brasil a se capacitarem a respeito da metodologia de triagem diagnóstica da Síndrome de Irlen. Dentre esses profissionais, haviam Psicopedagogos, Psicólogos, Professores, Pedagogos, Oftalmologistas, Neuropsicólogos, Fonoaudiólogos, Diretores escolares, Ortoptistas e Psicomotricistas. A procedência também foi bastante variada, desde Belo Horizonte e cidades vizinhas, até mesmo Bahia, Acre, Rio de janeiro, Paraná, Pará, Distrito Federal, Maranhão, Rio Grande do Sul e Espírito Santo.

Durante o XXIII Curso DARV ocorreu a primeira turma de recertificação de Screeners. Os profissionais participantes renovaram suas técnicas de aplicação da Metodologia, agregaram novos conhecimentos e receberam homenagem.

 

Síndrome de Irlen – Dra. Márcia Guimarães

A Síndrome de Irlen (S.I.) é uma alteração visuoperceptual, causada por um desequilíbrio da capacidade de adaptação à luz que produz alterações no córtex visual e déficits na leitura. A Síndrome tem caráter familiar, com um ou ambos os pais também portadores em graus e intensidades variáveis. Suas manifestações são mais evidentes nos períodos de maior demanda de atenção visual, como nas atividades acadêmicas e profissionais que envolvem leitura por tempo prolongado, seja com material impresso ou computador¹.

A caracterização desta síndrome foi feita pela psicóloga Helen Irlen, com um estudo prospectivo envolvendo centenas de adultos considerados analfabetos funcionais pela leitura deficiente e baixa escolaridade. O estudo, aprovado e financiado pelo Governo Federal Americano, foi apresentado perante a Associação Americana de Psicologia em Agosto de 1983.

A pesquisadora concentrou seus estudos nos sintomas “visuais” que estes adultos apresentavam, denominando-os de Síndrome da Sensibilidade Escotópica  –  fazendo alusão ao escuro – devido à preferência  por locais menos iluminados durante tarefas com maior exigência visual. Além da fotofobia, cinco outras manifestações podiam estar presentes: problemas na resolução viso-espacial, restrição de alcance focal, dificuldades na manutenção do foco e astenopia e na percepção de profundidade².

A fotofobia geralmente se manifesta através de  queixas de brilho ou reflexo do papel branco, que compete com o texto impresso e desvia a atenção do conteúdo a ser lido, comprometendo a atenção. Luzes fluorescentes são particularmente desconfortáveis e geram irritabilidade. Até mesmo a luz solar direta, faróis de carros e postes à noite causam incomodo aos portadores da SI e cefaléias por essa exposição³. Em muitos casos, há hábito de uso constante de óculos de sol.

As alterações da habilidade de resolução viso-espacial produzem sensação de desfocamento e de movimentação das letras que pulsam, tremem, vibram , aglomeram-se ou desaparecem, impactando na atenção e compreensão do texto que esta sendo lido. As distorções à leitura foram também objeto de relatos por parte de outros autores como Meares (1980), Whiting (1985) e Robinson & Miles (1987)4,5,6.

Sindrome de Irlen

A restrição do foco limita a abrangência visual e reduz o número de letras apreendidas fazendo com que palavras sejam vistas parceladamente, o que requer uma segunda etapa associativa para coerência e compreensão. A restrição no alcance focal pode ainda causar dificuldades na organização do texto em segmentos significativos ou porções sintáticas, sendo esta uma característica presente em leitores deficientes. Em geral, bons leitores ampliam progressivamente o campo de visão, passando a reconhecer as palavras familiares pelo conjunto ou lexicalmente de forma a registrar as pistas visuais necessárias para uma interpretação rápida e correta do significado do texto naquele ponto.

As dificuldades na manutenção da atenção do foco, pelo fato do texto impresso apresentar-se menos nítido ou desfocado após um intervalo variável em leitura, produz estresse visual ou astenopia. 

A astenopia, sempre presente em intensidade variável, se caracteriza pelo desconforto visual associado à sensação de ardência e ressecamento ocular, aumento da necessidade de piscar,  olhos vermelhos e lacrimejantes, necessidade de coçar e apertar os olhos, com mudanças na posição e distância da cabeça até o papel impresso, sonolência e busca de pausas  para “descanso visual”.

As dificuldades com percepção de profundidade, habilidade que possibilita a correta avaliação tridimensional, tem impacto direto em atividades como dirigir, estacionar, prática de esportes com bola, de movimento em geral, descer e subir escadas, atravessar portas, passarelas, usar escadas rolantes entre muitas outras situações cotidianas, nas quais a antecipação visual constitui  fator de segurança e rapidez de ajuste ao ambiente.

Os sintomas físicos da S.I. são essencialmente oculares, ocorrendo lacrimejamento, prurido e ardência ocular, tendência à esfregar os olhos e/ou tampar/fazer sombra enquanto lê, apertar e/ou piscar os olhos excessivamente, balançar ou tombar a cabeça, sensação de cansaço após 10 a 15 minutos de leitura – que é feita preferencialmente na penumbra – além de história familiar de dificuldades com leitura e fotofobia.

A prevalência é alta, pois atinge de 12-14% da população em geral, incluindo bons leitores e universitários e torna-se proporcionalmente mais frequente quando há concomitância com déficits de atenção e Dislexia (33 a 46% dos casos). Estudo recente, realizado em escola municipal da rede publica em Belo Horizonte, detectou ainda uma incidência de 17% entre alunos com dificuldade de leitura7.

Atualmente estão sendo revistas as relações entre as lesões pós-traumáticas, envolvendo o cérebro, e os comprometimentos secundários da eficiência visual com exacerbação da fotossensibilidade e déficits na oculomotricidade, gerando  impactos na leitura, aprendizagem, memória e estabilidade emocional. Sabe-se que também podem ocorrer na Dislexia, Déficits de Atenção e Hiperatividade, no Autismo e durante o uso de certos medicamentos. Como os sintomas são semelhantes, o diagnóstico diferencial é indispensável para que a conduta ideal seja adotada o mais precocemente possível, uma vez que a intervenção gera benefícios nas outras áreas do processamento, como as auditivas, motoras e cognitivas8.

São sintomas comuns: a confusão entre os números, percepção de distorções visuais em páginas de texto, leitura de palavras de baixo para cima e inversão de letras e palavras, espaçamento irregular, dificuldades em manter-se na linha ao escrever, lentidão e baixa compreensão.  Entretanto inexistem outros aspectos que facilitarão na condução de um diagnostico diferencial satisfatório. Na Síndrome de Irlen, ao contrario da Dislexia, estarão ausentes as alterações na percepção auditiva, escrita invertida, pronuncia incorreta, dificuldade na aquisição da fala e escrita, escrita espelhada e déficits na compreensão de ordens verbais, cuja intervenção será supervisionada por fonoaudiólogos. Do mesmo modo, a prolixidade, impulsividade, falta de autocontrole pessoal ou em grupo, agitação e hiperatividade física são componentes dos quadros de déficits de atenção e hiperatividade e a intervenção medicamentosa, quando recomendada, será feita pelo neurologista responsável pela coordenação destes atendimentos multidisciplinares.

Sejam em comorbidade, ou isoladamente, estes distúrbios provocam uma série de manifestações semelhantes e por isto, diversos autores preconizam o rastreamento da Síndrome de Irlen em crianças com dificuldades na leitura, fotossensibilidade e manutenção da atenção aos esforços visuais prolongados, como uma forma de evitar diagnósticos equivocados de Dislexia, DTA e TDAH e ainda para minimizar a medicação em pacientes onde a agitação e desatenção são resultantes do estresse visual e dificuldade em se ajustar às condições de luminância de uma sala de aula, por exemplo.

com filtro

Imagens captadas por Ressonância Magnética Funcional de um paciente portador de Síndrome de Irlen onde se observa a hiperexcitabilidade cortical durante a leitura sob estresse visual e após a interposição de filtros seletivos individuais. (Copyright Steve Stanley, Australia)

A identificação da Síndrome é feita por profissionais da saúde e educação devidamente capacitados a identificar (teste de screening ou rastreamento) os portadores da síndrome, através da aplicação de um protocolo padronizado conhecido como Método Irlen, e classificar o grau de intensidade das dificuldades visuoperceptuais dos casos suspeitos9. O teste de screening é feito após avaliação da acuidade visual e sob correção refracional atualizada, quando necessária. Pelo screening verificamos os benefícios, com a supressão das distorções visuais, pela interposição de uma ou mais transparências coloridas selecionadas individualmente pelo portador da Síndrome de Irlen.

cores

Aplicação do Método Irlen onde ocorre a indução de estresse em atividades com alta demanda “visuoatencional” e posterior supressão após a sobreposição de uma lâmina colorida individualmente selecionada.

Uma vez determinada a transparência ideal o portador passa a usá-la  sobre o texto durante a leitura  ou cobrindo a tela do computador enquanto lê, obtendo benefícios imediatos no conforto visual, fluência e compreensão.

A neutralização das distorções facilitará o reconhecimento das palavras lidas, mas obviamente não permitirá que a pessoa leia palavras que não sabe. Para estes indivíduos, a leitura sempre foi sinônimo de dificuldade e a rejeição tornou-se um habito incorporado –  é preciso considerar que pode haver anos de atraso em relação aos leitores regulares que  puderam adquirir um substancial vocabulário visual de reconhecimento instantâneo. Obviamente, o aprendizado das palavras será facilitado por não mais se apresentarem distorcidas – mas a assistência ao aprendizado será importante e sem ela a leitura permanecerá sendo uma atividade difícil e estressante.

leitura

 

 

Do mesmo modo, o uso de filtros não será o único fator necessário para o aperfeiçoamento no desempenho da leitura, porém nos casos de Síndrome de Irlen a opção pelo tratamento significará um recurso não invasivo, de baixo custo e alta resolutividade, possibilitando a seus usuários uma potencialização dos benefícios aferidos aos seus esforços acadêmicos e profissionais, além de facilitar o trabalho da equipe multidisciplinar que os assistem.

É interessante observar que a boa parte dos portadores não tem consciência de suas distorções à leitura, como estas aparecem após um tempo médio de 10 a 15 minutos de leitura, eles pressupõem que isto ocorra a todos – sem se dar conta de que a dificuldade é só deles – e mais ainda  se estiverem sob excesso de luzes fluorescentes, contraste, cores fortes, muito volume de texto por pagina, letras menores e impressão em papel brilhante. O mais preocupante é que esta é exatamente a situação em que se aplica a prova do ENEM –  centenas de estudantes com Síndrome de Irlen não identificada terão seu desempenho prejudicado pelo estresse visual e hipersensibilidade à luz, cansaço progressivo e dificuldade em manter a atenção por tempo prolongado, com erros na transferência de gabaritos e falta de compreensão por déficits na eficiência visual.

Classicamente, os profissionais envolvidos com a triagem, diagnóstico e tratamento dos Distúrbios de Aprendizagem são os psicólogos, pedagogos, neurologistas, fonoaudiólogos, psiquiatras e pedagogos, cabendo ao oftalmologista a identificacao e tratamento dos distúrbios visuais, um papel incorretamente considerado secundário neste trabalho multidisciplinar. Tradicionalmente o oftalmologista concentra sua atenção na aferição da acuidade visual, correção refracional quando necessária, e identificação de patologias (catarata, glaucoma, estrabismo, etc).  Porém a visão é o sentido mais importante na aprendizagem, com uma dependência estimada em 80% até os 12 anos de idade, e os impactos dos déficits neurovisuais são sempre significativos, e no entanto a sua identificação pelo exame oftalmológico padrão seria insuficiente, pois o oftalmologista atual privilegia a acuidade da visão e fatores ligados ao trabalho ocular, além de condições ópticas. Mal comparando, seria como avaliar o computador (hardware), quando o paciente possui déficits no processamento visual cerebral (software).

É relevante assinalar que o “conceito de visão” que o oftalmologista possui determinará a forma como aborda as queixas e sintomas visuais dos pacientes com distúrbios de aprendizagem. As conclusões geradas de seus exames e a forma como investiga  as relações entre elas dependerão  não apenas do tipo de exame realizado, mas também de seu conhecimento clínico na área específica, das queixas fundamentais, do direcionamento de sua anamnese  e ainda de sua capacidade de interação com  os demais profissionais  da área de saúde e educação, com os quais passará a se relacionar não mais de forma passiva, mas como interventor e facilitador das  decisões trans e multidisciplinares que afetarão o futuro escolar desta população10.

 

Referências:

1- Irlen H. The Irlen Revolution. New York, Square One Publishers, 2010

  • – Irlen H. Reading by the colors. New York, The Berkley Publishing Group, 1991
  • – Guimarães MR, Guimarães JR, Guimarães R et all. Selective spectral fiulters in the treatment of visually induced headaches and migraines: a clinical study of 93 patients. T 29. Headche Medicine, 1 (2): 72, 2010.
  • – Meares,O. Figure/ground, brightness contrast, and reading disabilities. Visible Language,14,13-29, 1980.
  • – Whiting,P.R. How difficult can reading be? New insight into reading problems. Eng.Teach.Assoc. 49,49-55. 1985.
  • – Robinson ,G.L. and Miles,J. The use of colored overlays to improve visual processing – a preliminary survey. The Except.Child. 34, 65-70.1987.
  • – Faria L N. Frequência da Sindrome de Meares-Irlen entre alunos com dificuldades de leitura observadas no contexto escolar. [Tese Mestrado]. Belo Horizonte:Universidade Federal de Minas Gerais, 2011.
  • – Tallal P. Auditory temporal perception, phonics and reading disabilities in children. Brain Lang, 9(2): 182-98, 1980.
  • – Guimarães MR. Distúrbios de Aprendizado Relacionados à Visão. Rev Fund Guimarães Rosa. 3(4): 16-9, 2009.
  • – Ventura, LO; Travassos, SB; Da Silva, OA; Dolan, MA. Dislexia e Distúrbios de Aprendizagem. Rio de Janeiro, Cultura Médica, Cap.18  159-174, 2011.

Prevalência das tonalidades das transparências utilizadas na Metodologia Irlen

Segundo Ohlweiler (2006), a base da aprendizagem se concentra nas modificações que o sistema nervoso central (SNC) sofre durante a recepção de novas informações. Como descreve Riesgo (2006) quando chega no SNC uma informação conhecida, ela gera uma lembrança, que nada mais é do que uma memória; quando chega no SNC uma informação inteiramente nova, ela nada evoca e, sim produz uma mudança, isso é aprendizado, do ponto de vista estritamente neurobiológico.

As dificuldades de aprendizagem são consideradas obstáculos à aquisição de novos comportamentos e podem ser devidas a fatores neurobiológicos, sociais. As dificuldades de aprendizagem causadas por alterações genéticas no SNC são caracterizados como transtornos de aprendizagem.

Os transtornos de aprendizagem vem sendo cada vez mais estudados, visto que podem ser obstáculos ao sucesso profissional que está diretamente ligado às habilidades acadêmicas. Existem discrepâncias entre autores sobre a conceitualização e classificação dos chamados transtornos de aprendizagem.

Assim Ohlweiler (2006) define que os transtornos de aprendizagem compreendem uma inabilidade específica, como de leitura, escrita ou matemática, em indivíduos que apresentam resultados significativamente abaixo do esperado para seu nível de desenvolvimento, escolaridade e capacidade intelectual.

Selikowitz (2001), descreve as dificuldades de aprendizagem como uma condição inesperada, que ocorre em uma criança de inteligência média ou superior, caracterizada por um atraso significativo em uma ou mais áreas de aprendizagem.

A dislexia, que é um transtorno de leitura, é o transtorno mais freqüente e cuja reabilitação é mais trabalhosa e também passa por dificuldades semelhantes de conceitualização e classificação.

Já o DSM-IV-TR (2000), conceitua o transtorno da leitura como:
rendimento em leitura substancialmente inferior ao esperado para a idade cronológica, inteligência e escolaridade do indivíduo.

A sensibilidade do sistema visual a certos comprimentos de onda provoca distorções no processamento pós-retiniano, fazendo com que os impulsos elétricos cheguem ao córtex cerebral em momentos distintos, com perda da qualidade da interpretação visual caracterizando uma desorganização no processamento cerebral das informações recebidas pelo sistema visual (Irlen, 1987). A SSE afeta 12 – 14% da população geral (Irlen, 1987), pessoas de todas as idades, com inteligência normal ou superior à média. O diagnóstico é realizado utilizando-se questionários e provas que mensuram e qualificam o processamento visual central. Ao final dos testes é feita a prescrição dos filtros seletivos para os óculos e/ou de transparência para a filtragem espectral seletiva.

As transparências são utilizadas para as atividades de leitura proporcionando melhora na velocidade, fluência, compreensão e tolerância à manutenção da atenção e foco por tempo prolongado.
Dessa forma nosso objetivo foi investigar as tonalidades das transparências mais selecionadas pelos pacientes.

 

Guimarães, R. Q. ;
Guimarães, M. R. ;
Faria, L. N.;
Pinotti, M.;
Guerra L. B.;
Soares, F. C.

Referncias Bibliogrficas:

American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002.
FRANÇA,M.; MOOJEN, S. Dislexia: visão fonoaudiológica e psicológica. IN:
Transtornos da aprendizagem, abordagem neuobiológica e multidisciplinar.
ROTTA,N.T; OHWEILER.L; RIESGO,R.S. Porto Alegre: Artemed, 2006.
SALLES, J. F.; PARENTE, M. A. M.P.; MACHADO, S. S. As dislexias de desenvolvimento: aspectos neuropsicológicos e cognitivos. Interações, jun. 2004, vol.9, no.17, p.109-132. ISSN 1413-2907.
IRLEN, H. Scotopic Sensitivity/Irlen Syndrome – Hypothesis and Explanation
of the Syndrome. Journal of Behavioral Optometry, v.5,p. 62-65, 1997.
IRLEN, H. Irlen Differential Perceptual Schedule. Long Beach, California:
Perceptual Development Corporation, 1987.

Prevalência da Síndrome de Mears-Irlen em portadores de Dislexia

INTRODUÇÃO

Importantes autores(1-2-3-4) definem a dislexia do desenvolvimento como “sendo uma desordem na aprendizagem da leitura com competência, que acomete crianças com inteligência dentro dos padrões de normalidade, sem deficiências sensoriais, isentas de comprometimento emocional significativo e com oportunidades educacionais adequadas”. A base neurobiológica da dislexia está relacionada a alterações em circuitos neurais corticais em áreas secundárias e terciárias, parieto-temporais e occipitotemporais
esquerdas com envolvimento compensatório dos sistemas anteriores
em torno do giro frontal inferior e sistema posterior occipito-temporal direito(4).
É importante ressaltar que nem todas as dificuldades de leitura são dislexia. Existem outras alterações que podem explicar os problemas com a leitura como, por exemplo, a síndrome de Mears-Irlen (SMI). A SMI é um distúrbio visual-perceptivo cuja base neurológica acredita-se ser um déficit no córtex visual primário.(5-6)

A sensibilidade do sistema visual a certos comprimentos de onda espectrais provoca distorções no processamento pós-retiniano, fazendo com que os impulsos elétricos cheguem ao córtex cerebral em momentos distintos, com perda da qualidade da interpretação visual caracterizando uma desorganização no processamento cerebral das informações recebidas pelo sistema visual(6-7). A SMI afeta 12 – 14% da população geral(6), pessoas de todas as idades, com inteligência normal ou superior à média(8).

Assim, o portador de uma suposta dislexia, reavaliado segundo os critérios da SMI poderia ser reabilitado por meio da neutralização de seus sintomas e efeitos sobre o processamento visual central, diferentemente do que ocorre na dislexia.No presente trabalho avaliamos a prevalência da SMI em pacientes diagnosticados por profissionais da área como disléxicos.

 

METODOLOGIA

A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Santa Casa de Belo Horizonte sob o número 064/2008. A amostra foi constituída por 37 indivíduos, sendo 28 (75,7%) do sexo masculino e 9 (24,3%) do sexo feminino, alfabetizados, com diagnóstico de dislexia encaminhados ao Holhos, serviço de referência para a SMI. A média de idade foi de 11,8 anos. Para inclusão na pesquisa, o critério utilizado foi o diagnóstico e laudo de dislexia, independente do tipo apresentado. Critérios como sexo, idade e nível sócio-econômico não foram utilizados como instrumentos de inclusão ou exclusão.

Os dados dos pacientes e os resultados dos testes da triagem para a identificação da SMI nos pacientes foram extraídos do banco de dados do Hospital de Olhos de Minas Gerais, atendidos entre 2005 a 2007. Foram selecionadas as respostas aos questionários de Desconforto e Dificuldades com a Leitura, Distorções apresentadas pelo paciente, Overlay selecionada e os testes da Caixa A, Caixa B, Abóbora, Pingüim e Linhas Musicais e o filtro selecionado pelo paciente, todos propostos por Irlen (1987). Os resultados foram confrontados com os escores de normalidade Irlen (1987).

letras

 

 

RESULTADOS

Os resultados mostram uma prevalência de SMI em 93% (34) dos pacientes, e 7% (3) pacientes não apresentaram confirmação do diagnóstico para SMI.

DISCUSSÃO DE RESULTADOS

Os resultados apontaram um índice percentual muito elevado de indivíduos disléxicos com SMI, distintos daqueles observados na literatura que indicam 46% de co-morbidade(10).

Os resultados obtidos podem estar relacionados ao fato do HOlhos ser um serviço de referência e receber pacientes previamente triados gerando uma amostra “viciada”.Considerando-se que alguns dos sintomas da SMI e dislexia são muito parecidos pode haver confusão ao se determinar um diagnóstico de dislexia baseado exclusivamente nos padrões de habilidades e déficts à leitura em seus portadores. Embora o processamento fonológico seja considerado o fator chave no aprendizado da leitura, fatores adicionais como habilidades na percepção visual(11-12) e nomeação automática(13) são frequentemente subestimados pelos profissionais envolvidos
no diagnóstico e tratamento da dislexia.

 

CONCLUSÃO

Embora a dislexia e a SMI sejam entidades nosológicas distintas, a coexistência de sintomas reforça a necessidade de disléxicos serem avaliados pela metodologia Irlen, evitando diagnósticos falso-positivos nos casos de SMI e, ao mesmo tempo conscientizando os profissionais da área sobre a possível coexistência entre ambas entidades.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ELLIS, A. W. Leitura, escrita e dislexia: uma abordagem cognitiva. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
2- SALLES, J. F., PARENTE, M. A. M. P. & MACHADO, S. S. As dislexias de desenvolvimento: aspectos
neuropsicológicos e cognitivos. Interações: Estudos e Pesquisas em Psicologia,v.9, n 17, p.109-132, 2004

3- SALGADO, C.A. et. al. Avaliação fonouaudiológica e neuropsicológica na dislexia do desenvolvimento
do tipo mista: relato de caso. Salusvita, Bauru, v. 25, n. 1, p. 91-103, 2006.

4- TELES, P. Dislexia: Como identificar? Como intervir? Rev. Portuguesa de Clínica Geral, Lisboa, v.20, n 5, 2004.

5- HOLLIS, J. e ALLEN, P.M. Screening for Meares–Irlen sensitivity in adults: can assisment methods
predict changes in reading speed? Ophthal. Physiol. Opt. v. 26, p.566–571, 2006.