Rua da Paisagem, 220 – Vila da Serra BH / MG
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Nos últimos anos, a relevância da identificação precoce dos Transtornos de Aprendizagem tem se tornado maior, principalmente pelos professores, fonoaudiólogos, família, psicólogos e pedagogos. A incessante busca por novas avaliações e metodologias de reabilitação constitui um grande avanço no diagnóstico precoce e no manejo de indivíduos com risco de apresentar alterações de leitura e escrita.
Os motivos para se estabelecer um protocolo para a identificação e diagnóstico precoce das dificuldades de leitura e escrita são muitos e fáceis de enumerar. O elevado custo financeiro e pessoal de crianças com os transtornos de aprendizagem é uma questão que os pais e professores se identificam.
Ao se estabelecer um diagnóstico precoce de transtornos de aprendizagem, cria-se uma organização de atendimento e estruturação de apoio que visam suprir as necessidades e o desenvolvimento de estratégias compensatórias destes indivíduos. Segundo Muter (2004), “as necessidades das crianças podem ser tanto satisfeitas com precisão quanto manejadas com sensibilidade”.
Quando uma criança é identificada em situação de risco para transtornos de aprendizagem, na idade de 5 a 6 anos, o prognóstico é mais favorável e o processo de reabilitação mais rápido. Isso se relaciona ao fato destas crianças terem adquirido muito menos conteúdo acadêmico e, conseqüentemente, fazem menos compensação do que aquelas com diagnóstico tardio.
Preencher lacunas na habilidade leitora de uma criança com um atraso do desenvolvimento de um ano, na idade de 6 e 7 anos, é muito mais simples do que transpor estas mesmas barreiras em uma criança de 12 anos. Nesta última, compensar estes anos de perdidos no processo de leitura é demorado, sem mencionar a dificuldade para enfrentar as demandas curriculares das escolas.
Outro grande motivador para o diagnóstico precoce reside no fato de que quanto mais a criança é exposta a eventos frustrantes e traumáticos relacionados à vida acadêmica, os sentimentos de fracasso afetam adversamente sua motivação e receptividade. Assim, muitos professores e profissionais reconhecem que o trabalho com as crianças menores se desenvolve com mais facilidade, pois estas ainda não experimentaram estes sentimentos.
E por último temos a questão financeira, uma vez que, identificado precocemente estes alterações, o tratamento de reabilitação seguramente é mais barato, pois a necessidade das sessões é menor do que em casos de diagnóstico tardio.
Laura Niquini de Faria CRFa. 6143 – Fonoaudióloga do Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães e Clínica Qualitá. Mestranda em Neurociências pela UFMG, consultora da Delfos Comunicação, COOPEN e do CEOP.